Um irmão muito conhecido, contristado pelo Espírito, confessou publicamente suas mazelas a frente do evangelho, numa atitude inusitada e sendo nisso apoiado pelo seu parceiro e irmão de ministério, de forma corajosa. Nos resta cumprir o que ensinou Jesus em Mt 18: 22, sobre o perdão ao irmão: “Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete”. Quem perde perdão deve ser perdoado, sujeitando-se porém, aos inevitáveis danos.
Fazendo isto, este irmão, por mais que possa ser incompreendido e sofrer prejuízos, quebrou um paradigma do meio evangélico brasileiro, onde ninguém confessa seus erros por mais nefandos e escancarados que sejam, todos se põem ao ser surpreendidos no erro, em posição de vítimas e de perseguidos por sua grande fé, se confessam apenas como incompreendidos, buscando com isso despertar a piedade e a solidariedade dos mais ingênuos e desapercebidos. Outros caídos, em grande rompante, declaram que seu pecado e coisa a ser resolvida entre ele e Deus, e que os demais mortais se afastem desse caso, não observando limite para a hipocrisia e dissimulação. É pungente, mas esta é a realidade brasileira no evangelho, a negativa e a descaracterização do pecado.
A imagem que fica a princípio sobre uma confissão de pecado e pedido de perdão é negativa, mas cremos que se feita com sinceridade e quebrantamento e confirmada com uma vida posterior de boas obras em Cristo, poderá se transformar em bênção para o penitente, isso não anulará a devastação causada ao seu redor, mas poderá propiciar o ganho de novas vidas pelo testemunho de restauração, agora verdadeiro, (Pv 28: 13) e o porá em paz com Deus no íntimo.
Como diz o poeta compositor, “perdão foi feito pra gente pedir”, e tanto para os que pedem como para os que encobrem e defraudam, fica o lembrete de Ec 12: 14: “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”, que concorda com Hb 4: 13 que diz: “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”. Podemos enganar a todos e até a nos mesmos, mas não podemos enganar a Deus.
Quem teme a Deus acerte com o juiz enquanto esta a caminho, para não ser por ele entregue ao meirinho e ser por este lançado na prisão, como adverte Lc 12: 58, atente, pois hoje é o dia da salvação, conforme 2Co 6: 2.
Cláudio Pinto Pr